Estabelecimento de correlações entre ciclo térmico e microestruturas de juntas soldadas de aços patináveis
Autor: Paulo Renato Dias Pinheiro (Currículo Lattes)
Resumo
Este trabalho teve como objetivo averiguar, através de uma câmera térmica, a relação entre os ciclos térmicos e as transformações microestruturais ocorridas na zona termicamente afetada (ZTA) de soldagens em aços patináveis. Ao correlacionar as variáveis térmicas com as características microestruturais, buscou-se prever o comportamento desses materiais em condições de serviço. Para tanto, foram comparados dois aços patináveis: o ASTM A 242, amplamente utilizado na indústria, e um novo aço com composição inovadora, aqui denominado "A XXX". A compreensão detalhada das microestruturas formadas é fundamental para avaliar as propriedades mecânicas desses materiais, que são cruciais para suas aplicações. O processo de soldagem escolhido para obtenção dos corpos de prova foi o MAG automatizado, o que permitiu obter um cordão de solda com melhor controle de qualidade. A partir das análises e observações das características gerais das microestruturas formadas, realizadas por macroscopia e microscopia óptica, e dos dados térmicos de temperatura obtidos por câmera termográfica, que opera no intervalo do espectro da radiação infravermelha, foi possível elaborar uma representação visual abrangente das distribuições térmicas observadas durante o processo de soldagem. Isso permitiu melhorar a compreensão da morfologia e da composição das diferentes fases presentes na ZTA. A integração das metodologias de inspeção já mencionadas permitiu criar um layout que alinhou as informações visuais da macroscopia com o perfil térmico obtido pela termografia, criando uma delimitação mais precisa das fronteiras entre as zonas de transformações microestruturais e as temperaturas atingidas. Essa abordagem trouxe várias vantagens, como a delimitação mais precisa das fronteiras entre as zonas, a compreensão quantitativa da extensão de cada zona e a correlação das transformações microestruturais com as temperaturas atingidas. Os resultados mostraram que a técnica termográfica utilizada não apenas permite estimar com precisão a formação das microestruturas geradas por técnicas convencionais, mas também reduz significativamente o tempo e os materiais necessários para a análise.