Avaliação microestrutural e mecânica do aço baixa liga SAE 8640 submetido ao processo de têmpera intensiva
Autor: Werner Luft Botelho (Currículo Lattes)
Resumo
O uso do tratamento térmico de têmpera é uma prática muito usual quando se pretende imprimir certos comportamentos ou propriedades mecânicas a determinados materiais metálicos, sendo uma rotina muito bem aplicada a aços baixa liga. Seguindo esse contexto, é também percebido que a têmpera apresenta efeitos não desejados que, dependendo do caso, podem até mesmo não compensar o seu uso, como, por exemplo, trincas, distorções dimensionais e danos ambientais, considerando que o meio de resfriamento normalmente são óleos agressivos ao meio ambiente. Diante disso, pesquisas que se iniciaram a partir da década de 1960 proporcionaram a descoberta de uma maneira diferente de se proceder com o processo de têmpera, a qual foi chamada de Têmpera Intensiva, através da busca por um processo mais uniforme sobre a superfície da peça, com taxa de resfriamento muito maior em relação a têmpera convencional, uso de água como meio de resfriamento e praticamente nenhum surgimento de trincas na peça tratada, por exemplo. Somando-se o fato de que o aço SAE 8640 é um material que tem amplo uso em diversas indústrias como a aeronáutica, automotiva e de ferramentas manuais, tornando o mesmo um objeto de estudo interessante da ótica industrial e acadêmica, propõe-se observar o comportamento de amostras de tal aço submetidas ao processo de têmpera convencional com diferentes intensidades e verificar se é possível atingir uma das rotas que garante o processo de têmpera intensiva. Os resultados obtidos demonstraram que a aplicação do resfriamento do aço em água e polímero em menor concentração foram efetivos para a completa transformação martensítica. Além disso, conclui-se que o controle dos parâmetros preliminares do aço como composição química, tamanho de grão austenítico e os parâmetros de processo como temperatura de austenitização, potencial de carbono, meio de resfriamento, dentre outros, podem contribuir para completa transformação martensítica sem riscos de surgimento de trincas no material. Também destaca-se a efetividade dos polímeros na eliminação da fase vapor, desta maneira, contribuindo para eliminação de regiões com microestruturas indesejáveis nesta aplicação como ferrita livre e austenita retida.