Influência do tratamento térmico na força de corte da madeira de pinus elliottii
Autor: Daniela Luize Perez de Oliveira (Currículo Lattes)
Resumo
Nas últimas décadas o reflorestamento comercial de Pinus elliottii, tem crescido no extremo sul do Brasil. O Pinus possui uma rápida taxa de crescimento, porém sua estabilidade dimensional e durabilidade contra ataques biológicos são baixas, necessitando assim, de uma melhora nas propriedades para aceitação comercial. A rápida taxa de crescimento do Pinus faz com que haja consideráveis diferenças físicas e anatômicas entre a madeira localizada próxima à medula (lenho juvenil) e a madeira localizada próxima à casca (lenho adulto). Dentre vários tratamentos utilizados para a melhoria das propriedades da madeira, o tratamento térmico se destaca. Ele consiste em aquecer a madeira até uma temperatura abaixo da temperatura de carbonização (abaixo de 280°C). A transformação das toras em produto final envolve diversas operações de usinagem, isto é, operações com ferramentas de corte que visam conferir formas, dimensões e acabamentos ao produto, onde é desenvolvida a força de corte. Como o processo de termorretificação tem se mostrado como uma tendência, é interessante ter o conhecimento da força de corte em madeiras termorretificadas. Para tanto, foram realizadas análises em corpos de prova de madeira de Pinus elliotti tratados as temperaturas de 160°C, 180°C, 200°C e 220°C, por quatro horas, além da testemunha (corpo de prova não tratado, servindo como controle) tanto para lenho adulto quanto para lenho juvenil. Os corpos de prova tiveram suas massas, suas dimensões e rugosidade verificados antes e após o tratamento. Também foram realizadas análises de microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia por infravermelho. Foram realizados os testes de dureza Janka e testes de usinagem, em uma plaina limadora no intuito de se conhecer a força de corte desenvolvida durante o processo de usinagem de madeira à diferentes tratamentos, para tanto, os parâmetros de usinagem: velocidade de corte, avanço e profundidade, foram mantidos constantes em todos os experimentos. As forças no processo de corte foram determinadas por um sistema dedicado composto por uma célula de carga piezelétrica, um amplificador de sinais e um microcomputador com sistema de aquisição. As análises se concentraram na face longitudinal tangencial da madeira (90°-0°) que é a desenvolvida em processos de aplainamento. Ao final de todas as análises, verificou-se que houve perda de massa para todos os corpos de prova, o comportamento da massa especifica aparente e da dureza Janka não seguiram essa tendência. Verificou-se um escurecimento dos corpos de prova. A força de corte apresentou uma elevação em seu valor para peças tratadas termicamente, sendo essas menores no lenho juvenil do que no lenho adulto.